sexta-feira, 18 de abril de 2008

The Prodigy

O fenômeno que marcou a música eletrônica.

Na década de 90, o mundo foi pego de surpresa pela galera do Prodigy. Uma música que misturava eletro e rock pesado, os clipes com grande apelo desconcertante. Assustou criancinhas, ganhou fãs mais radicais do rock e vendeu mais de 10 milhões de cópias em volta ao mundo. Esse turbilhão de coisas não aconteceu do nada. Então vamos contar como tudo começou.

Embrião.


O grupo se formou em 1990 por Liam Howlett (o principal compositor da banda), Keith Flint (o cara mais carismático da banda, seja pelo seu cabelo exótico ou por suas performances endiabradas), Maxim Reatity (o rapper que também faz atuações memoráveis) e Leeroy (um cara que dança muito esquisito- ! -). Com essa formação matadora, estava formada a mais contraditória banda de que se tem notícia. Segundo Liam à MTV gringa, o grupo surgiu após Keith ter pedido uma fita das músicas que ele tocava na danceteria Essex na Inglaterra. Na tape, tinha várias música que ele tocava e também umas produções caseiras feitas por Liam. Keith curtiu tanto, que pediu pra que tocasse na casa noturna. Com equipamentos precários, a dupla se apresentou e foi um sucesso. Em seguida, Maxim e Leeroy que frequentavam o local entraram para a banda. Completo, a banda seguiu rumo ao estrelato


Caminho das pedras.


Antes de lançar o já clássico The Fat of The Land de 1997, a banda lançou outros discos de sucesso relativo se comparado ao álbum de '97. São eles Experience de 1992 e Music For the Jilted Generation de 1994. Neste momento a banda já acumulava sucessos que alcançavam o top da parada Britânica, como: "Voodoo People" e "Poison" de '94, "What Evil Lurcks" de '91 que sozinho vendeu mais de 7.000 Lp's. A banda já começava a lotar grandes clubes e a participar de festivais do circuito eletrônico. Mas a banda queria mais. Eles queriam a América, o mundo. E foi o que eles conseguiram em 1997.

The Fat of The Land.


Foi com o terceiro trabalho, o The Fat of the Land de 1997, que o Prodigy conseguiu ir além da Inglaterra e dominar as paradas mundiais. Ao todo, o álbum chegou ao topo de 22 países (incluindo o Brasil!). Segundo a gravadora Maverick - da Madonna - o álbum vendeu algo em torno de 10 milhões de cópias em todo o mundo. As performances endiabradas de Keith e companhia como em um show na Praça de Moscou na Rússia onde reuniu mais de 200 mil pessoas ensandecidas e ávidas pela atitude e irreverência de singles como "Breathe" e "Firestarter", ajudaram a compor o fenômeno da época. Aliás, "Breathe" e "Firestarter" separados, venderem mais de um milhão meio de cópias cada. Com todos esses números, não deu outra. Choveu prêmios: Grammy's, MTV Award's. Mas a banda também causou muito polêmica. Defensora fervorosa das "raves" - festas de música eletrônica onde o consumo de drogas é alto, uma grande dor de cabeça para muitos - comprou briga com muitas entidades de respaldo social, os seus clipes, dos já citados "Breathe" e "Firestarter", principalmente o último obteve muitas reclamações por parte dos telespectadores da BBC dizendo que a performance de Keith assustava as crianças. Já a peça áudiovisual de "Smack My Bitch Up", é proibida de passar até hoje em horário normal, por conter cenas de prostituição, alcoolismo e violência. Vendo o clipe, percebe - se certo exagero, que contriubuiu ainda mais para o sucesso dos caras. No geral os clipes alcançaram o topo em quase todas as MTV's e emissoras musicais do mundo. A banda passou pelo Brasil diversas vezes. Em 2000 Leeroy deixa o grupo que segue em frente como trio. O ano de 2004 foi marcado por um novo lançamento, o Always Outnumbered, Never Outgunned, após sete anos do último lançamento de inéditas. O álbum não emplaca como o previsto e um princípio de crise se aproximou. Muitos definiram: o hype do Prodigy já havia passado. Será? Bom no ano seguinte, alimentando mais os rumores de que a banda ia mal ao novo século, chega às lojas a coletânea Their Law: The Singles 1995-2000, que trouxe um novo remix para "Voodoo People". Lançada como single, mostrou fôlego, mas não era mais o velho e bom Prodigy. Hoje a banda se prepara pra mais um lançamento, que deve acontecer em junho. Liam disse em algumas entrevistas que o novo lançamento será mais melódico e que já mais de uma dezena de composições. Só nos resta aguardar e esperar um volta triunfal dessa importante banda no cenário pop mundial.

Revisitando o monstro.
Será que The Fat of the Land envelheceu bem?

O álbum de 1997 teve a façanha de colocar uma banda de eletrônico em festivais de rock tradicional. E o pior, levou diversos fãs ao delírio. Seja rock, eletro ou punk. A verdade é que este CD abriu precedentes importantes na música eletrônica. Até então artistas de eletro não eram lembrandos como artistas para mercado grande e participavam de guetos. Artistas como The Chemical Brothers e Fatboy Slim começaram a lotar estádios. Era um presságio de um novo estilo musical, fortemente comercial e pop. Ouvindo hoje as músicas deste CD. Ainda é nítido certo frescor e ainda funciona bem nas pistas mais modernas da atualidade. A urgência de faixas com "Breathe", "Fire Starter" e o cover do L7 "Fuel My Fire" ainda está muito atual. As faixas do disco parecem lhe dar uma sacudida, te passa uma atitude, uma revolta nos vocais inflamados de Keith Flint. Na verdade, a imagem da banda chocava e na época era "cool" e moderno usar camisas da banda. Era a nova banda dos rebeldes. Lembro ainda de que em diversos locais do Brasil, os clubbers - tribo que curte música eletrônica - viraram evidência por aqui. As raves estavam cada vez mais lotadas. Artistas como Barão Vermelho e Lulu Santos flertaram com a eletrônica. Era The Fat Of the Land marcando época. Pode não ter envelhecido bem para alguns, mas ainda é tão legal ouvir "Smack My Bitch Up" no talo em casa. Ver os clipes e se orgulhar de ter presenciado tudo isso em tempo real. Não é a toa que o álbum é aclamado pela crítica como um dos divisores de águas da música pop no final da década passada. A mistura de rock com eletrônico fez alguns fãs do primeiro estilo torcer o nariz, mas com toda aquela atitude roqueira nos palcos, conquistou os radicais. Hoje, temos bandas de música eletrônica como o Justice, LCD Soundsystem e The Rapture flertando com o indie. São bandas muito legais por sinal. Mas não consegue transportar tanta atitude e veracidade quanto o pessoal do The Prodigy. Chamaram-se o eletrônico de estilo musical. Então, The Fat of The Land é uma obra prima do gênero. Ouça até não poder mais.


The Prodigy
The Fat of The Land
Maverick - 1997
Nota: 9,0
Download



Discografia:
Experience - 1992
Music for the Generation
- 1994
The Fat of the Land
-1997
Always Outnumbered, Never Ouygunned - 2004
Their law: The Singles 1990-2005
- 2005

Mais em:
Prodigy
My Space
Prodigy Brasil

Veja uma apresentação alucinada de Prodigy tocando "Firestarter":



Veja o clipe de "Breathe":



Veja também o polêmico clipe de "Firestarter":

2 comentários:

  1. tem o www.theprodigy.com.br que tem bastante coisa tbem, e a galera vive colocando mais e mais coisas.

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  2. Adoooooro, Prodigy! Tem muita banda de metal que não possui o peso desse grupo. Anciosa pelo novo disco.
    ótima matéria...

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