sábado, 19 de abril de 2008

Udora

Mineiros se destacam na cena indie brasileira.

Era mais de 250.000 pessoas, última noite do Rock in Rio III em 2001. A noite ainda teria Deftones, Capital Inicial, Silverchair e Red Hot Chili Peppers. Entçao sobem quatro mineiros com roupas despojadas e dreads. Despretensiosamente e humilde a banda cumprimenta o público que aguarda atento no sol escaldante da cidade maravilhosa. Vieram os primeiros acordes de “Burn My Hand” e grande parte da multidão pulava em sintonia com a desconhecida banda. Era a Diesel levando seu post grunge para todo o Brasil. A performance confiante e verdadeira cativou os presentes. No meio de “Plastic Smile” a banda é interrompida pela produção do evento, uma confusão fez com que a banda deixasse o palco. A saída, aplaudida e aclamada: “Diesel! Diesel!”, uma pena. Mas o estrago já estava feito. A repercussão se estendou por todo o ano, shows lotados e o CD demo vende em torno de 10.000 cópias. No entanto, Gustavo Drummond (vocal e guitarra), Leo Marques (guitara), Jean Dolabella (bateria) e Thiago Correa (baixo) resolvem que é hora de ir para os Estado Unidos, um sonho recorrente entre todos da banda. Em 2001 desembarcaram em Los Angeles com a roupa do corpo e 700 dólares. Agora, passando a se chamar Udora. Morando numa van velha e batalhando dia a dia a banda fez cerca de 150 shows em terras ianques e em 2006 lançou o excelente Liberty Square. Apontando novas direções e deixando o som sujo que beirava ao grunge no passado para se dedicar a melodias e timbres diferentes. O novo CD era um rock mais alternativo. O disco arrancou críticas positivas de diversos veículos norte americanos e alguns outros aqui no Brasil. Nesse momento a banda dá por satisfeita e resolve voltar ao Brasil. Com a saída de Jean e Thiago. Entram Daniel Debarry e PH no baixo e bateria respectivamente. Na volta, os velhos fãs do Diesel os receberam de braços abertos. Com uma demo de 13 canções que o grupo veio a disponibilizar de graça na Trama Virtual, colocaram o pé na estrada. Agora cantando em português e com um som mais limpo, gerou revolta nos fãs mais ferrenhos da fase antiga. Em diversas entrevistas Gustavo Drummond disse que é uma fase ótima, que sempre será lembrada nos shows, mas que agora a banda está indo por outro caminho, para ele cantar em português era um desafio e um sonho. Após diversos shows, a banda entra em estúdio para gravar o GoobyeAlô. A nova empreitada saiu no meio do ano passado e fala muito da volta para o Brasil, as frustrações, as conquistas. O disco ganhou várias críticas positivas ma imprensa nacional e também na importante publicação musical, a versão brasileira da Rolling Stone. O clipe “Porque Não Tentar de Novo” ganhou a programação da MTV e da PlayTV. No lançamento do Myspace Brasil, o Udora foi apontado como uma das promessas para 2008. Com a agenda repleta de shows, vem conquistando o páis aos poucos. Hoje a tantas bandas repetitivas e ou pretensiosas, a Udora é o principal nome do novo rock nacional. Que como bem vimos, não é tão novo assim. Vida longa ao Udora!

GoodbyeAlô

Não espere encontrar a sujeira e os dreads do Diesel, tão pouco os riffs e as amplificações alternativas de Liberty Square. GoodbyeAlô é um novo passo na carreira do Udora. Com músicas em português, apontam para um novo horizonte, o pop. Mas, não pense que isso é ruim, no caso do Udora as canções são melodiosas, memoráveis e totalmente acessíveis. Logo na abertura, o novo single “A Falta (Que Me Faz)” Gustavo canta: “A cada instante não vivido, me apego ao que só me tira a paz, eu penso em tudo que nuca tive, e sinto a falta que me faz”, talvez, sinceridade como essa, falta à galera de franja. “Porque Não Tentar de Novo” retrata bem o que é voltar pra casa e começar tudo outra vez, mantendo viva a chama do sonho. Em “Pôr do Sol”, banda nos leva a uma atmosfera limpa, cheia de cores e vivências. Daria um belo clipe em qualquer litoral. “Quero Te Ver Bem” tem cara de hit daqueles que se ouvem milhares de vezes e não se cansa de ouvir. “Mil Pedaços” além de animada têm uma boa letra e um riff que gruda. Aliás, o forte do álbum são as boas letras, um diferencial em tantas bandas falando de amor de uma forma banal e de poesia pobre. “Velho Lugar” tem cara de hit também. O final com a acústica faixa – título deixa a impressão que esse disco ainda vai muito longe. Porque GoodbyeAlô está acima da média, bem acima mesmo, do que se tem feito no território nacional. Talvez seja exagero, mas sorte a nossa de poder ouvir Udora.


Udora
GoodbyeAlô
Independente
Nota: 8,5




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Veja o novo clipe do Udora, "A Falta (Que Me Faz)":


7 comentários:

  1. Nossa que bacana!
    Adoro essa banda, e vejo poucas
    reportagens falando sobre ele!
    Excelente texto!

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  2. Nunca ouvi fala. Mas o seu texto ótimo me cativou, hein?

    Vou ouvir pra ver qual é!

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  3. ótima dica pra galera

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  4. " Talvez seja exagero, mas sorte a nossa de poder ouvir Udora."
    Não é exagero..realmente temos muita, mas muita sorte! =)
    Parabéns você escreve muito bem mesmo!
    É um dos melhores comentarios que já lis obre a banda!
    Abraço!

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  5. Adooooro esse clipe do Udora.
    Continue escrevendo bem assim!

    beijomeliga

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  6. Chris, me passa o número?

    beijoteligocomonumero!

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