quinta-feira, 24 de abril de 2008

"Young Love"

Mystery Jets deixa excentricidades de lado e aposta no pop e rock em Twenty One.


Pense em montar sua banda, ok? Agora pense nos integrantes, provavelmente você pensará em amigos, certo? Não com a galera do Mystery Jets. Eles até chegaram a pensar nesse mesmo esquema. Mas o vocalista e guitarrista Blaine Harrisson chamou seu pai, Henry Harrison para fazer parte da banda, para cantar e tocar guitarra. Completando o time: Willian Rees na guitarra, vocais, percussão e teclados, Kai Fish no baixo, vocais e guitarra, e Kapil Trivedi na bateria. Com essa formação maluca eles lançaram o psicodélico Making Dens de 2006, marcado por teclados, viagens sonoras e algumas músicas que ultrapassavam os cinco minutos. Todo esse barulho vindo de Londres reafirmou as excentricidades dos ingleses. No final de 2007 o paizão rock star Henry Harrison saiu da banda e os caras pareceram abrir mais as opções sonoras da banda. Deixando as viagens psicodélicas um pouco de lado - mas não totalmente - em 21. O que temos nesse disco é um pop/rock bem tocado, acessível, porém de muita qualidade. Belas baladas e músicas que podem se tornar hit nos próximos segundos. A abertura com a arladeante "Hideaway" é um bom convite. Com sintetizadores, bateria cativante e refrão fácil. Começa bem logo de cara. Na seqüência, umas das melhores músicas de 2008, "Young Love" que tem a participação da gata e ótima cantora Laura Marling. A faixa, é pop até os ossos, paira na sua mente após dias e dias, foi o que aconteceu comigo. Talvez, essa seja a confirmação de que Mystery Jets quer ser conhecido sem perder sua essência alternativa. O som é um absurdo de bom. Já ganharia um nove aqui só por ela. O disco mantém o ponto auto com a bem humorada "Half in Love with Elizabeth". "Flakes" é uma balada certeira com melodia bonita e andamento perfeito. O álbum lhe surpreende a cada faixa. Ótimos dedilhados em "Veiled in Grey" e traz mais uma vez o vocal inspirado de Blaine. Som bom pra ouvir tranqüilo, refletindo sobre sua vida cretina. O novo single "Two Doors Down" pode até parecer uma piada com a banda Three Doors Down. Não fique surpreso se ouvi - lá em uma "baladinha" indie, ela é bem animada e traz um belo arranjo de sax. Ganhou um clipe engraçado que segue aqui após o texto. O álbum continua bem - pelo visto, parece que todas as faixas vão ganhar destaque - e temos ótimas guitarras em "MJ" o piano fazendo base em "Umbrellahead" que chega a lembrar à ótima "Mr Pitful" de Matt Costa, mas sem o mesmo ritmo. "Hand Me Down" vem cheia de efeitos, "barulhinhos" e um refrão cativante. O disco segue com a boa "First to Know". "Behind the Bunhouse" é uma bela canção, gostosa de ouvir assim como todo o 21. Traz os ótimos backing vocals de Willian Rees. E então o CD se encerra com a faixa-título, apenas vocal e piano. Blaine leva muita emoção pra faixa e a deixa ainda mais bela. No fim, é inspirador ouvir Twenty One do Mystery Jets. A banda dosa bem momentos agitados e calmos em belas composições pop. Sim, porque nesse disco, Blaine Harrison e sua turma não tiveram medo de se enveredar no pop/rock. Aqui, a impressão que fica é essa: Mystery Jets é bom pra mercado. Isso não significa que o som é pop descartável, muito pelo contrário. Os rapazes devem estar dando orgulho na rainha.





Mystery Jets
Twenty One (21)
Rough Trade, Dim Mak
Nota: 10,0










Veja o novo clipe do Mystery Jets, "Two Doors Down":

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